Recuperação tributária: empresas podem perder milhões sem revisão antes da Reforma

Com a Reforma Tributária entrando em fase de transição a partir de 1º de janeiro, empresas que não revisarem imediatamente seus tributos podem perder milhões em créditos acumulados. Especialistas alertam que mudanças nas regras de...

21 de agosto de 2025
Contábeis

Com a Reforma Tributária entrando em fase de transição a partir de 1º de janeiro, empresas que não revisarem imediatamente seus tributos podem perder milhões em créditos acumulados. Especialistas alertam que mudanças nas regras de apuração e compensação poderão dificultar ou impedir a recuperação de valores pagos indevidamente, tornando a ação preventiva essencial para preservar o caixa e a competitividade.

Em meio a juros elevados, endividamento crescente e incertezas sobre a Reforma Tributária, um levantamento do Revizia revelou que empresas brasileiras podem ter valores significativos a recuperar em tributos pagos indevidamente. Nos últimos cinco anos, mais de 6.156 companhias deixaram R$ 10,51 bilhões a mais nos cofres públicos — uma média de R$ 1,71 milhão por empresa.

Com a nova estrutura tributária em transição, o cenário ganha urgência após decisão da Justiça paulista que permite a venda imediata do saldo credor de ICMS. A medida intensifica a corrida para reduzir o estoque do tributo antes da migração para o novo sistema, tornando indispensável o uso de soluções inteligentes para rastrear e aproveitar créditos de forma ágil e segura.

 

Recuperação tributária

 

Nesta semana, a Secretaria da Fazenda de São Paulo publicou a Portaria SER nº 43/2025, autorizando a 12ª rodada do ProAtivo — programa que permite a transferência de créditos acumulados de ICMS para empresas não interdependentes, até o limite de R$ 1,5 bilhão. A iniciativa busca ampliar a liquidez e injetar recursos na economia paulista, também como resposta ao novo cenário tarifário aplicado aos produtos exportados para os Estados Unidos.

Nesta edição, poderão ser transferidos até R$ 120 milhões por empresas que tenham exportado diretamente para os EUA valores acima de R$ 20 milhões entre 2021 e 2024, e até R$ 30 milhões para as demais. Os pedidos devem ser protocolados entre 12 de agosto e 2 de setembro de 2025, com previsão de liberação a partir de setembro, em até dez parcelas.

 

Urgência na revisão fiscal

Para o CEO do Revizia, Vitor Santos, recuperar tributos pagos indevidamente pode ser decisivo para a sustentabilidade financeira.

“As empresas que conseguem revisar suas obrigações e recuperar tributos podem conquistar vantagem competitiva, além de aliviar o caixa e evitar inadimplência”, afirma.

A complexidade do sistema tributário brasileiro leva muitas companhias a pagarem mais do que devem, seja por desconhecimento, falhas operacionais ou receio de autuações. Com a Reforma Tributária, a revisão se torna ainda mais urgente, pois o novo modelo trará mudanças na apuração e cobrança, criando um período de transição em que regras antigas e novas coexistirão. Isso pode dificultar o rastreamento e a compensação de valores pagos a mais, tornando essencial antecipar revisões antes que novas normas restrinjam ou impeçam o aproveitamento dos créditos.

“Quem não revisar a situação fiscal agora pode perder oportunidades valiosas de recuperação, além de enfrentar novas armadilhas do modelo tributário”, alerta Santos.

 

Passo a passo para o ressarcimento

A Diretora Tributária da RVZ Consultoria, Daniella Gomide, lista três etapas essenciais para obter o ressarcimento:

  1. Auditoria tributária – Revisar os últimos cinco anos de tributos pagos para identificar créditos.
  2. Correção e pedido – Solicitar compensação ou restituição junto à Receita Federal e órgãos estaduais após identificar valores indevidos.
  3. Acompanhamento da legislação – Com a Reforma, acompanhar mudanças é fundamental para evitar novos pagamentos indevidos e assegurar o aproveitamento de créditos.

 

Daniella ressalta que tecnologias como a plataforma Revizia, baseada em inteligência artificial e machine learning, têm otimizado a recuperação tributária, garantindo mais precisão e rapidez nas análises fiscais. Essas ferramentas identificam tributos pagos a maior e viabilizam compensações de forma segura e eficiente.

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